sábado, 29 de setembro de 2007


O trovão bem que poderia me levar para beeeem longe.


Ele é legal.




[ Ouvindo: Creedence Clearwater Revival - Someday never comes]

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

descobri que sou uma merda em geometria.



¬¬


era só o que faltava.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Fotos;

Quando olhei as fotos que existem nos álbuns da família, nos cds gravados, e nas pastas do computador, percebi que quase não havia foto minha, com minha família.

Fiquei triste.

Lembrei de vários momentos felizes, vi todos sorrindo, menos eu. Eu não estava.
E não consegui me lembrar onde eu poderia estar.

Por que eu não apareci em nenhuma foto?
Por que eu me distanciei a esse ponto?
Por que quando me chamavam pra sair, eu falava ''prefiro ficar em casa, tô cansada.'' ?
Por que quando estavam todos sorrindo eu estava quieta, no meu canto, sozinha?

Felizmente não percebi tarde demais, ainda dá tempo de tirar muitas fotos com todos eles. Assim eu aparecerei feliz, e lembrarei anos adiante, de como eu estava feliz ao tirar a foto.

Dessa vez não quero perceber só quando for tarde demais.
Dessa vez não posso deixar a oportunidade passar e só lamentar depois.
Dessa vez, por pelo menos uma vez, acho que percebi a tempo.

Não posso perdê-los antes da perda.
Não se antecipa um fim.



[Cadê a câmera?]

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Fiz um brigadeiro na panela, e comi até dizer chega.
Comi tudo,
sozinha.

Foi quando me lembrei que há uns 3 anos atrás me falaram que comer brigadeiro, feito na panela, numa tarde fria, sozinha, no computador, era sinal de tristeza.


...
Não de tristeza, mas de solidão.


[Por hoje só]

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A estante e o cheiro;

Hoje resolvi arrumar a estante de livros do escritório de meu pai, que fica aqui em casa. Tirei todos do lugar e comecei a organizar, por ordem de tamanho, ou de assunto, ou de importância. Não perguntei se deveria, vi que estava desorganizado, olhei por uns segundos e descobri como organizar.

Os livros de física continuaram na prateleira superior, como sempre. Enquanto eu os organizava, pensava em quantas noites sem dormir meu pai passou lendo aqueles livros, estudando e tentando compreender o que estava escrito. Muitas, certamente.

Nisso, percebi que eu não deveria reclamar ao ler um ou outro livro de física, obrigatoriamente. Comparados a esses livros de meu pai, os meus são quase nada.

Na prateleira do meio coloquei os livros de temática espírita. Há tempos nem olhava para a cara deles, e ao organizar, percebi que lembrava do conteúdo de quase todos. Foram-me úteis, serviram de base para condutas que tento seguir atualmente. Ao menos não perdi meu tempo lendo aqueles livros.

Nisso, percebi que eu não deveria reclamar por ter lido tantos livros que hoje não considero mais importantes. Nenhuma leitura é em vão, porque se desenvolve, pelo menos, um senso crítico bem aguçado.

Na prateleira inferior deixei os livros antigos, que ninguém lê. Obviamente não servem apenas para ocupar espaço, nem para passar uma idéia quanto ao nível de cultura das pessoas dessa casa : "Nossa, livros! Quem gosta de ler assim é bem inteligente, einh!". Considero que sim, o são, mas não por causa desses livros...

Nisso, percebi que eles têm um cheiro forte. Não é cheiro de mofo, nem cheiro de algo ''guardado''. É cheiro de livro velho, e só. Aquele cheiro peculiar, inconfundível : é realmente um autêntico livro velho!

Quantas pessoas param para pensar no cheiro que os livros têm? Creio que poucas... Para sentir o real cheiro de um livro é preciso ter com ele uma relação de proximidade, uma intimidade respeitosa, como quem diz : "com licença, Senhor Livro. Posso cheirá-lo? Posso manuseá-lo? Posso me dar ao luxo de aprender algo contigo? Ah,Obrigada!".

Pois o cheiro que um livro velho tem é melhor do que o cheiro do novo. É como se fosse a cabeleira branca de um senhor e a cabeleira ousada de um jovem rapaz. Pelos cabelos se diz que tem mais experiência. Pelo cheiro se diz qual livro conhece mais o mundo.

Não me refiro ao conteúdo de tais livros, claro. O novo pode ser muito bem uma nova edição de um velho livro. Mas eu digo, qual livro conhece mais o mundo? Qual livro conhece mais faces de leitores, qual livro tem mais impressões digitais em suas páginas? O livro velho conhece mais o mundo! O livro velho, se falasse que nem fala nós, humanos, certamente diria:

"O mundo tem cheiro de novo. As pessoas que me lêem tem cheiro de novas. Novas não no corpo, novas não em suas cabeleiras, mas novas de alma. Pois quem lê, verdadeiramente, um livro, tem a alma nova. Nova como quem quer sempre aprender assuntos novos, nova como quem quer sempre ganhar experiências novas. Alma nova como eu, um simples e velho livro".

Ah... Quanta coisa nova me diz um cheiro velho!!

domingo, 23 de setembro de 2007

Papéis...

Hoje li numa carta, que eu recebi há uns meses, de alguém:
"Morreu de paixão, pois de amor não se morre".

E logo li em outra:
"Tudo o que é feito com amor está além do bem e do mal".

E não é que ele tinha razão?

O valor das coisas e o rádio;

É incrível: só se dá o real valor para algo quando esse algo se vai.

~~
No rádio toca uma música triste. Uma voz suave e feminina canta francês. Ah, França. Será um sonho possível de se realizar, ou será como os outros, apenas ilusão?
Tantos sonhos se foram, tantos se acabaram em ruínas! "O sonho acabou", disse meu querido Johnny. Infelizmente terei de discordar. Não, não acabou. O verdadeiro sempre fica.


A mulher acaba de cantar francês, enquanto vejo os Alpes franceses sumirem da minha cabeça. Menos um sonho?

Mais um: em seguida toca outra música, advinhem! Triste. Romântica. Na medida certa do que sinto agora. "Mas depois de você, os outros são os outros e só... Ninguém pode acreditar na gente separado. Eu tenho mil amigos, mas você foi meu melhor namorado".
Ah, que ótimo! Alguém tem um punhal?
-Não.
Certo. Mudaremos de estação então.

Na outra estação também toca uma música triste. "Tudo o que fiz foi me confessar: escravo do teu amor, livre para amar", alguém canta. Mentira! Livre para amar? Não mais... Até porque liberdade é como um pássaro que voa: ele se sente livre para voar, até o dia em que descobre que se voar muito alto, não consegue mais se sustentar no ar. Pois bem. Eu, como pássaro, voei alto demais e não consegui mais minha sustentação.

É... Essas estações parecem mais inverno.

Desligo o rádio, cantarolo Beatles.
Não adianta.
Só dei valor porque perdi.
Fico triste, engulo as lágrimas e falo para o nada: "hey, não é hora de chorar! Se até a lua sorri, porque não eu?".

Pego um copo de café amargo, aprecio e ligo o rádio, novamente.
Toca Beatles.
Toca lá no fundo da alma.
Não adianta, mesmo!

[Será que eu recupero isso tudo?]

sábado, 22 de setembro de 2007

Éramos o par perfeito.

Lembro-me quando a vida sorria para mim.
Lembro-me quando eu achava que tudo daria certo.
Eu pensava, eu realmente pensava que poderíamos ser felizes juntos.

Havia planos, havia um futuro marcado
no calendário.
Bastaria fazer tudo certo, bastaria não cometer
nenhum pecado.

Mas o mundo é cruel em suas certezas,
o mundo não conhece o perdão.
E então, você foi embora,
disse adeus e desceu as escadas.

Éramos o par perfeito.

Você chegou em casa, abriu suas garrafas,
alimentou com elas todas suas mágoas.
Você sentia raiva do destino,
mas não sabia que a culpa era minha.

Sentei na escada e acendi um cigarro.
O único que ouviria meu choro e minhas lamentações.
O único que não me dizia reclamações.
Eu queria me perder, eu queria esquecer.
Era o peso da culpa.

Mas o mundo é cruel em suas certezas,
o mundo não conhece o perdão.
E então, você foi embora,
disse adeus e desceu as escadas.

Éramos o par perfeito.


Queria parar no tempo,
parar naquele instante.
Queria fazer você sorrir novamente,
ao invés de dizer adeus.

Não desça as escadas,não abra as garrafas.
Não me deixe sofrer nessas noites, sozinha.

Éramos o par perfeito.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

explanação;

.
Corri por caminhos errantes, cometi o mesmo pecado por várias vezes seguidas. Procurava ter uma válvula de escape, sem perceber que a própria procura já me servia de consolo. Queria, a qualquer custo, viver os dias de minha vida como se fossem os últimos,numa forma exagerada de "Carpe diem" .
Como escreveu o poeta romano Horácio, "sapias, vina liques et spatio brevi spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit invida aetas. Carpe diem, quam minimum credula postero" (seja sábio, beba seu vinho e para o curto prazo reescale suas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciúmento está fugindo de nós. Colha o dia, confia o mínimo no amanhã).
Era exatamente essa minha linha de raciocínio, o tempo todo, embora sempre inconscientemente.

Porém, o que não se constrói sobre bases sólidas desmorona facilmente. Minhas ilusões acabaram, por conta de mentiras insustentáveis. Vieram o desespero, o desejo incontrolável de fugir para bem longe desse mundo e flutuar num vácuo distante. Sem absolutamente nenhum incômodo eu queria ficar.
Impossível.

Então eu descobri que há sempre uma forma de se dar bem!

Foi quando vi o sorriso da lua refletido nas lentes do meu óculos, foi quando eu ouvi a velha coruja cantando, foi quando eu senti a brisa morna da primavera.

Sim, a lua sorriu para mim.A coruja cantou para mim. A brisa moveu meu cabelo e o deixou bagunçado, mas não me importei.

Estava tudo em seu devido lugar.

Então pude sentir, naquele momento, um estalo no peito: minha conhecida esperança, que há tempos não aparecia. Esperança de viver, esperança de acordar no dia seguinte e lembrar de bons sonhos. Esperança de avaliar, daqui a alguns anos, que nada havia sido em vão.

Meu coração sorriu.Meus olhos sorriram.Meus lábios, outrora gélidos, ficaram quentes como aquele último beijo.

Sim, dará tudo certo.
O universo conspira a meu favor.